quarta-feira, 17 de novembro de 2010

Admirável Mundo Novo (Brave New World) - Aldous Huxley


Admirável Mundo Novo (Brave New World) foi escrito por Aldous Huxley e publicado em 1932. É uma outra história sobre um hipotético futuro onde as pessoas são pré-condicionadas biologicamente e condicionadas psicologicamente a viverem em harmonia com as leis e regras sociais, dentro de uma sociedade organizada por castas. A sociedade desse "futuro" criado por Huxley não possui a ética religiosa e valores morais que regem a sociedade atual. As crianças têm educação sexual desde os mais tenros anos da vida. O conceito de família também não existe.

Vários comportamentos humanos são considerados selvagens, como o sexo por exemplo. Os bebês são gerados in-vitro, passando por um "controle de pureza". A satisfação humana é conseguida através de uma droga livremente usada.

Na trama central, o personagem Bernard Marx sente-se insatisfeito com o mundo onde vive, em parte porque é fisicamente diferente dos integrantes da sua casta. Num reduto onde vivem pessoas dentro dos moldes do passado (uma espécie de "reserva histórica" - semelhante às atuais reservas indígenas - onde preservam-se os costumes "selvagens" do passado (que corresponde à época em que o livro foi escrito), Bernard encontra uma mulher oriunda da civilização e o filho dela, John. Bernard vê uma possibilidade de conquista de respeito social pela apresentação de John como um exemplar dos selvagens à sociedade civilizada.

O livro desenvolve-se a partir do contraponto entre esta hipotética civilização ultra-estruturada (com o fim de obter a felicidade de todos os seus membros, qualquer que seja a sua posição social) e as impressões humanas e sensíveis do "selvagem" John que, visto como algo aberrante, cria um fascínio estranho entre os habitantes do "Admirável Mundo Novo".

Aldous Huxley escreveu, mais tarde, outro livro, chamado Retorno ao Admirável Mundo Novo, sobre o assunto: um ensaio onde demonstrava que muitas das "profecias" do seu romance estavam a ser realizadas graças ao "progresso" científico, no que diz respeito à manipulação da vontade de seres humanos.

A história de Huxley rendeu duas mini-séries para a televisão, uma produzida em 1980 e outra em 1998. Infelizmente nunca foram lançadas em vídeo ou DVD. A melhor de todas é a versão de 1980, com o ator canadense Keir Dullea (De “2001: uma odisséia no espaço”) que chegou a passar na TV Globo. Produzida pela rede NBC a série conseguiu um equilíbrio perfeito entre a comédia e o drama futurista e resumiu muito bem todas as idéias contidas no livro. A versão de 1998 é inferior e teve o ator Leonard Nimoy (O senhor Spock de “Jornada nas estrelas”) no papel de Mustafá Mond.

Embora nunca tenha chegado ao cinema, “Admirável mundo novo deixou sua marca em muitos filmes. Em “O Demolidor” (1993), a personagem de Sandra Bullock, Lenina Huxley, é uma homenagem ao livro e ao autor. E o filme “Gataca, a experiência genética” copiou muita coisa do livro de Huxley.
Já estava na hora de alguma distribuidora adquirir os direitos da mini-série de 1980 e lançá-la em DVD. Afinal, cópias piratas já estão sendo vendidas na Internet. Hoje, mais do que nunca, é importante relembrar o livro de Huxley. Afinal, a ameaça do terrorismo e do crime organizado pode nos levar para uma sociedade rigidamente controlada, como aquela que ele imaginou em 1932.
Fonte: http://anselmovieira.zip.net/

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