sexta-feira, 9 de julho de 2010

Construindo Relações Simbólicas

O mundo começa na palavra que dizemos. A próxima palavra a ser proferida é sempre a nova oportunidade que recebemos de mudar a história. Palavras possuem o poder de mover as estruturas. Por meio delas vivemos o processo de "metanóia", palavra de origem grega que significa "mudança de mentalidade".
Uma mudança só é consistente se, de fato, a palavra alcançou as profundezas da mentalidade. Nenhum comportamento será modificado se a mente que o produz não estiver verdadeiramente transformada. Mudas de mentalidade é assumir um novo jeito de interpretar os fatos, as pessoas e o mundo. Por isso as palavras são ditas, são escritas. Para que tenham o poder de transformar as mentalidades.
A palavra pode ser simbólica ou diabólica. Depende do contexto e da forma como é dita. Símbolo é tudo aquilo que estabelece vínculo e que favorece alguma forma de compreensão. Diabólico é tudo aquilo o que corta o caminho e favorece a perda do rumo. O símbolo encurta as distâncias, porque estabelece pontes. Por ele torna-se possível uma travessia que nos favorece alcançar outros lugares. Já o diabólico intrinca a compreensão, torna difícil chegar ao lugar a que nos propusemos.
O simbólico e o diabólico estão presentes em todas as formas de linguagem. Eles não se limitam ao contexto das palavras ditas, ou escritas, mas perpassam também o horizonte dos gestos.
Falar de relações simbólicas é o mesmo que falar de relações que nos fazem avançar. O símbolo estabelece pontes que favorecem travessias. Passamos pelas histórias que encontramos, toacmos e somos tocados pelas pessoas que cruzam nossos caminhos. Falamos e ouvimos, sorrimos e choramos, enfim, toda nossa vida está constantemente contextualizada nas estruturas do simbólico e do diabólico.
Pensar nas estruturas simbólicas e diabólicas aque sustentam nossas relações consiste em apurar ao máximo o destino que damos a nós mesmos e aos outros. Somos o resultado final dessas conjugações. Ninguém consegue se simbólico o tempo todo, mas não creio que laguém possa ser constantemente dominado pelos impulsos que geram o diabólico. Estamos sempre cruzando o perigoso limiar que nos separa das duas perspectivas.
Relações simbólicas são capazes de nos fazer voltar para o que somos. Relações diabólicas nos distanciam de nós mesmos. É com base nessa premissa que podemos compreender que uma pessoa será mais pessoa à medida que não abrir mãos das realidades simbólicas. O diabólico desintegra, mas o simbólico congrega. Por isso, quanto maior for o número de relações simbólicas estabelecidas, maior será o precesso de conquista de si mesma que a pessoa viverá.

Harley.

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