sábado, 10 de julho de 2010

Na ausência do Amor

Para mim os livros de Deepak Chopra são fantásticos. Anos já que tive o primeiro contato com uma de suas obras e o que aconteceu em seguida foi o contato com tudo o que lá dentro de mim já sabia e só faltava agora aqui fora "relembrar".

A ausência do amor é tão devastadora quanto benéfica é sua presença. Teremos de deduzir, infelizmente, que a maioria das pessoas não está vivendo uma história de amor nesse
momento. Mesmo aquelas que dizem que estão amando mais profundamente podem estar se enganando, pelo menos parcialmente.

A palavra amor se aplica a tantas situações - desde a afeição íntima até o abuso, da dependência ao controle, da luxúria ao êxtase - que perguntar se alguém se sente amado não é confiável.

Porém, a falta de amor é menos fugidia, de modo que podemos descrever de maneira mais confiável como é esse estado.
As seguintes características são comuns em pessoas que não estão vivendo suas histórias de amor.

Elas sentem-se entorpecidas e traumatizadas

Uma vez que tenha chegado à plenitude, um amor baseado no espírito não tem medo de ser ferido. As forma imperfeitas de amor são muito mais vulneráveis. Quase todo mundo já pediu amor e recebeu rejeição no lugar dele.

Levamos nossas frágeis auto-imagens para situações em que elas foram surradas, em que a esperança morreu e nossa pior imaginação tornou-se verdade.

O efeito da rejeição, fracasso, humilhação e outros traumas é entorpecer os sentimentos da pessoa. O amor requer sensibilidade; precisa de abertura. O que quer que lhe tenha entorpecido faz com que seja muito mais difícil você sentir o amor. Portanto, as pessoas que estão entorpecidas no nível emocional não podem viver suas histórias de amor.

Elas sentem-se valorizadas pelo que fazem, e não por quem são

Valorizar a si mesmo é amar a si mesmo. É realmente daqui que vem seu amor pelos outros. O valor é como dinheiro que você pode tirar de uma conta de banco — se você se valoriza bastante, realmente tem algo para dar aos outros. Se você não se valoriza, não tem nada para usar.

Então, o que há para valorizar? Se você olha para si mesmo e pergunta “o que outra pessoa amaria em mim?" a única resposta duradoura é "a mim mesmo". As únicas pessoas que podem dar essa resposta colocam o valor no que elas são, e não no que elas fazem.

A lista de realizações de todos é finita. Nossas boas ações terminam em algum lugar. As coisas que nossa sociedade aprova costumam ser ultrapassadas em nossas próprias mentes
por máculas melhor mantidas fora da visão dos outros.

Se valorizamos a nós mesmos pelo que fazemos por realizações, boas ações, aceitação social — a finalidade de nosso amor fica limitada. As pessoas que se valorizam quase inteiramente pelo que fazem não terão histórias de amor próprias.

Elas vivem com crenças distorcidas

O amor que você tem em sua vida só pode ser tão valioso quanto você o percebe ser, e a chave da percepção é a crença.
Não existem encontros neutros.

Nós sempre vemos os outros à luz de nossas crenças; nós sempre nos sentimos vistos à luz das crenças deles. Conheço pessoas que entram numa sala cheia de estranhos e acreditam que uma onda de hostilidade os saúda.

Outras entram numa sala e imediatamente sentem-se bem-vindas. A diferença é inteiramente devido à percepção, já que esse julgamento vem antes de qualquer evidência externa.

Eu diria que as primeiras pessoas acreditam que não são queridas nesse mundo, enquanto o outro grupo acha o contrário.

Qualquer crença que ataca nossa habilidade de valorizarmos a nós mesmos é uma distorção. Na essência, a individualidade é da mais alta importância; merece amor sem exceção. As pessoas que não podem viver suas próprias histórias de amor guardam crenças distorcidas que disfarçam a realidade de seu infinito valor.

Elas fracassaram no amor e estão cansadas demais para tentar novamente.

Quando você está diante de um empreendimento fracassado, é natural que desista eventualmente. Quando éramos mais jovens todos nós poderíamos buscar o amor com uma certa quantidade de esperança e otimismo, apoiados pela energia - e é necessário energia para levar qualquer paixão adiante.

Para algumas pessoas, a energia se esgotou. Elas dizem que não têm tempo para o amor; acham que não precisam dele em suas vidas.
O que estão realmente experimentando é uma falta de energia, a perda do entusiasmo que ocorre depois do fracasso repetido.

Mas a energia é um recurso auto-renovador. Como a água de uma fonte, seu fluxo não é diminuído, por mais que se tente. As pessoas que não podem viver suas próprias histórias
de amor não encontraram ainda uma maneira de renovar sua energia, de utilizar a fonte de sua paixão.

Esses fatores não se aplicam a todas as pessoas de uma só vez. Alguns deles se aplicam em algum grau a todos nós.

Mas certamente podemos perceber a!gumas causas subjacentes em ação - ignorância do caminho do amor, o modo como entramos nele, como o seguimos, até mesmo o que ele é.

Nossa visão de mundo materialista reduziu o amor a um fluxo desordenado de hormônios associado com fantasias psicológicas.

A verdade espiritual é muito diferente. Uma vez que os muros tenham caído, descobrimos que nosso problema real é que há amor demais à nossa volta, e não amor de menos.

O amor é eterno e ilimitado; somos nós que tiramos pequenos goles de seu infinito oceano. Rumi afirma esse mistério tão natural, mas tão secreto, com total simplicidade:

Olho para seu ser mais íntimo e vejo o Universo ainda incriado.

O mistério do amor não mudou com a passagem dos séculos, apenas não estamos correspondendo a ele. Sempre que o coração de uma pessoa seca, pode parecer que o amor
secou.

Na verdade, esta pessoa construiu uma barreira para trancar uma força que está sempre na maré cheia. Existir dentro do poder do amor pleno e ilimitado é assustador, a menos que se tenha seguido o caminho até o amor na completa devoção até o fim.


Harley.


Texto extraído do livro " O Caminho para o Amor", autor: Deepak Chopra

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